domingo, 18 de maio de 2014

Como as algas podem ser convertidas em biocombustível?

 Acredite ou não, um dia as algas poderão nos proporcionar parte de nossa independência aos combustíveis fósseis. Mas usar as algas como biocombustível não é algo tão simples como pegá-las da superfície de um lago ou reservatório e colocá-las em tanques de combustíveis. Os cientistas têm que usar vários métodos mecânicos e químicos (ou a combinação dos dois) para extrair o óleo dessas algas e convertê-lo em um combustível viável.
Uma forma comum de extração mecânica do óleo é chamada de prensagem, no qual o óleo é literalmente  pressionado para fora da alga (processo parecido com a extração do óleo de oliva das azeitonas). Há diversos tipos de prensas e o uso dos mesmos depende da cepa das algas, já que cada cepa tem propriedades físicas diferentes. Uma vez que o óleo tenha sido removida da alga através da prensagem, um método químico pode ser usado para favorecer a continuidade do processo de extração.
Usando apenas o método de prensagem, os pesquisadores têm sido capazes de extrair até 80% do óleo das algas [fonte:Virtuoso Biofuels].
Um segundo tipo de extração mecânica é a extração ultrassônica, cujo processo é mais rápido que a prensagem. Esse método usa ondas ultrassônicas para criar bolhas em um solvente (um líquido usado para dissolver outra substância). Quando as bolhas se quebram perto das algas, elas fazem com que suas paredes celulares também se quebrem, liberando o óleo no solvente. 
Embora os métodos mecânicos tenham sido bem sucedidos, eles não são os únicos utilizados pelos cientistas –solventes químicos também costumam ser usados para extrair o óleo das algas. Esses solventes são eficazes, mas podem ser um tanto perigosos para se lidar. O benzeno, por exemplo, é um solvente barato, mas é classificado como carcinogênico, e outros solventes químicos também podem vir a causar explosões [fonte: Oilgae].
hexano é outro solvente químico que pode ser usado sozinho, ou em combinação com o método de prensagem, para separar o óleo da alga. Quando usados em conjunto podem extrair cerca de 95% do óleo das algas [fonte: Oilgae]. Mas o hexano não para por aqui. Ele também pode ser misturado com a polpa que permanece após a prensagem para extrair ainda mais óleo.
Outros métodos químicos incluem a extração soxhlet, no qual um solvente orgânico é usado para remover o óleo da alga através de repetidas lavagens, e a extração com fluido supercrítico, no qual o dióxido de carbono líquido é aquecido e usado como um solvente para a extração do óleo.
O óleo extraído através desses métodos é conhecido como “petróleo verde” e não está pronto para ser usado como combustível até que seja submetido a outro processo chamado transesterificação. Esta etapa adiciona mais substâncias à mistura, incluindo álcool e um catalisador químico que faz com que o álcool reaja com o óleo. Essa reação cria uma mistura de biodiesel e glicerol. A etapa final do processo separa o glicerol da mistura deixando um biodiesel que está pronto para ser usado como combustível

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